quarta-feira, outubro 3

Magia Branca
STARDUST, de Matthew Vaughn



STARDUST consegue o feitiço de ser um filme para pré-adolescentes, sem alienar audiências mais maduras. Não há excesso de violência, nenhum sexo, nem palavras feias. Mas há um humor que consegue ser subversivo e negro sem ser danoso para os mais jovens. Um feito.

O filme aproveita do material de origem sobretudo a história de Tristan, um jovem empregado de loja britânico, e Yvaine, uma estrela que caiu à terra no reino de fantasia de Stormhold. Quando Tristan vê a estrela cair para lá do Muro (a separação entre o nosso mundo e o reino de fantasia), promete à rapariga por quem está apaixonado trazer-lhe uma amostra como prémio. Assim, Yvaine concentra em si os MacGuffins do filme: Tristan quer levá-la à rapariga por quem está apaixonado como prova do seu amor, os herdeiros ao trono de Stormhold procuram a jóia que Yvaine usa para serem escolhidos como o sucessor, e um trio de bruxas anciãs querem comer o coração de Yvaine, uma fonte de juventude.

As ideias principais do filme prendem-se com a honestidade - para com os outros e connosco - e embora não seja tão repetido durante o filme, também circula a noção de que as coisas nunca são o que aparentam, e logo deve-se evitar o preconceito. O costume para os filmes do género.

A liderar a ensemble temos Charlie Cox como Tristan e Claire Danes como Yvaine. O primeiro tem um bom trabalho que infelizmente é contido pela descrição do papel, e a segunda perde pela transformação pouco suave que o seu personagem sofre. Michelle Pfeiffer acaba por ter a única prestação digna de menção, com o seu papel de bruxa sádica e desesperada. Robert DeNiro é embaraçoso (mas não tanto quanto seria de esperar) como um aeropirata de armário e a má ideia de um cameo para Ricky Gervais é minimizada com a discrição da sua personagem.

O final acaba por ser apressado e atabalhoado, acabando numa nota confusa que não faz justiça ao resto do filme. Recomenda-se, com a ressalva que não devem esperar algo demasiado profundo. É no entanto divertido e um bom investimento de duas horas. O que se quer.


Vão vê-lo com: A ninhada, amigos pré-pubescentes

5 comentários:

marta disse...

a verdade?? Nunca te imaginei a ir ver este filme.

Mas, lá está. Isto só prova como por vezes conhecemos mal as pessoas...

Mui bien....

:D

k fixe!

já vais ficar adicionado no meu blog!

Filipa disse...

hm...tenho um vizinho de 6anos que toca a minha campainha para saber se estou em casa e me mantenho "fiel" à linguagem que inventei para que ele acredite que ainda tenho 12 anos...(ele julga que sou a namorada dele)daqui a uns 3 anos, eu supostamente tenho a idade imaginária de 15anos, talvez o leva para ver o filme...ou posso fingir que sou de facto uma petite adolescente...

Mas acho muito saudável viajarmos de vez em quando no tempo...Também vale a pena ler, ver,ouvir coisas tipo "junk food" para cultivarmos o nosso gosto e nos tornarmos mais interessantes e com um ângulo de visão maior....

Pois....então leste duas vezes a mesma crónica....tens que ler o Sidharta do herman hess...aborda o budísmo...acho que ias gostar...

bjs

Filipa disse...

perdão, crítica...eheh..sim, tenho de aprender que só vou ter direito a escrever crónicas quando tiver muitos livros publicados, estiver filiada a algum partido político, ou o criticismo nu e cru do vasco pulido valente.

Bem, o último acho que não é possível

Filipa disse...

hoje deve ser o pior dia de sempre...tomara, fui fazer reportagem de tv com o ricardo...

queria dizer que é possível verificar-se o último pressuposto...

(este será o último comentário?)

Filipa disse...

não foi!