sexta-feira, outubro 5

Bob Dylan e Ian Curtis
O vídeo e as estrelas de rádio



Há boas e más maneiras de fazer publicidade viral. Uns tempos depois de um utilizador de youtube (agora claramente um empregado dos Weinstein) ter disponibilizado o primeiro clip do filme I'M NOT THERE (biopic de Todd Haynes sobre Bob Dylan), o mesmo vem disponibilizar uma espécie de trailer não-oficial de CONTROL. CONTROL, do "rock director" Anton Corbijn, é a biopic de Ian Curtis, o falecido vocalista dos Joy Division, e baseia-se nas memórias da viúva Deborah Curtis. Mas passemos aos clips, cortesia do departamento de publicidade viral dos Weinstein.

CONTROL, de Anton Corbijn


Nesta montagem, com cenas filmadas para CONTROL e gravações originais dos Joy Division, a principal mensagem é a de que o filme é o mais fiel possível em termos estéticos aos eventos e personagens reais. E de facto basta comparar com a performance original dos Joy Division no programa de Tony Wilson e as semelhanças estão lá (cliquem aqui se têm curiosidade), apesar da canção que eles naquela altura específica tocaram ter sido a "Shadowplay".

Mas o que consta é que as memórias de Deborah Curtis quase nada têm a ver com o as relações entre os membros da banda, e apenas uma perspectiva pessoal e limitada sobre a pessoa de Ian Curtis.
Para além disso, é sempre de esperar algum valor acrescentado quando se está a contar a história de uma figura, já que o biopic nunca chegará a ser propriamente um documentário. Veja-se o exemplo de 24 HOUR PARTY PEOPLE, que consegue ser fiel aos momentos e ideias chave mas que toma as liberdades necessárias onde pode de modo a servir-se a si mesmo como obra cinematográfica.



I'M NOT THERE, de Todd Haynes


Todd Haynes já fez VELVET GOLDMINE, o fantasista olhar sobre David Bowie e o glam rock que não obtém consenso sobre a sua qualidade (eu estou no campo dos que o adoram). E também já fez SUPERSTAR, a história de Karen Carpenter.
Agora realizou e co-escreveu I'M NOT THERE, uma arrojada interpretação da vida e obra de Bob Dylan. No filme, não há apenas uma personagem para Bob Dylan, mas vários aspectos/dimensões da sua personalidade e fases da sua música interpretados por actores diferentes.

Neste clip, Cate Blanchett (sim, uma mulher vai fazer um dos papéis de Bob Dylan) e alguns membros da sua entourage encontram o escritor Allen Ginsberg na estrada.
É espantoso e um bom presságio para o filme que nem o comediante David Cross como Ginsberg nem o facto de uma mulher interpretar um papel masculino nos distraem do que estamos a ver.

Definitivamente dois filmes pelos quais vale a pena salivar, ainda que haja mais garantias da qualidade de um do que do outro.

2 comentários:

MDF disse...

Eh, nem reparei que era o David Cross! O GRANDE David Cross. Espero ansiosamente pelos dois.

Patomanso disse...

GRANDE sem dúvida. Estava à espera que o cameo dele fosse um bocado despropositado, mas neste excerto ele está muito bem. A estreia deste filme não pode chegar suficientemente depressa!