terça-feira, dezembro 18

Profissional do biscate
HITMAN, de Xavier Gens



Luc Besson tem a rpeutação de seguir os filmes que produz de muito perto, quase como se estivesse a lançar na profissão os realizadores desses filmes. Não se terá verificado tal na produção de Besson de HITMAN, um filme realizado pelo estreante Xavier Gens. Gens foi despedido durante a pós-produção, não chegqando sequer a realizar um número de reshoots para a montagem. O seu nome continua contudo a estar ligado ao filme, algo que João Botelho condena com veemência.

Os jogos Hitman demarcavam-se da concorrência precisamente pelo carácter impessoal tanto do personagem como dos níveis. Cada missão significava apenas utilizar tácticas furtivas para infiltrar uma área, executar um dois alvos, e fugir do local evitando detecção. Com uma backstory ridícula envolvendo clones genéticamente alterados, Hitman parecia não convidar minimamente uma adaptação para cinema.

Contudo, cá está ela. Timothy Olyphant é um copo de água morno e calvo que é conduzido por entre tiroteios sem verter ou ganhar líquido. O personagem de 47 (o número é o seu nome) é repleto de possibilidades, sendo o de um homem com uma visão limitada no mundo, mas que no entanto é totalmente eficaz no pouco que domina. Quando alguns dos valores fixos deste são mundo são transformados em variáveis, vai seguir a disrupção até à raíz.

E, assim que chega à raíz... nada faz. É uma coisa terrível revelar um final numa crítica, mas quando o final é nada, nada pode ser revelado. Ao fim de hora e meia de alianças, traições, improvisos e acidentes, 47 continua a não ser mais do que um avatar.

HITMAN não é um filme mau, é apenas um filme fraco com tantos furos na estória quantas balas foram disparadas. Os lampejos de diálogo ou de situações que tem numa cena acabam por ser esquecidos com mais uma escolha de montagem duvidosa, ou uma trafulhice de guião escusada.

Valeu a tentativa, mas o mundo ainda não está pronto para um filme em que o protagonista é uma máquina de tirar finos.

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