quarta-feira, outubro 31

Estreias para 1 de Novembro


ELIZABETH: THE GOLDEN AGE, de Shekhar Kapur

Estreias

SICKO, de Michael Moore
Documentário sobre o estado do sistema de saúde americano. As primeiras impressões foram boas, prometem um Michael Moore mais maduro, apesar de poder contar com o histrionismo do costume. [Ver Trailer] [Site Oficial]

ELIZABETH: THE GOLDEN AGE, de Shekhar Kapur
A sequela do filme de 1998 sobre a mesma figura, neste capítulo a rainha Elizabeth I de Inglaterra terá de lidar com a ameaça espanhola, e com os conflitos internos. Clive Owen é o interese romântico. [Ver Trailer] [Site Oficial]

CORRUPÇÃO, de ninguém
A adaptação simbólica do livro "Eu, Carolina". Os produtores mandaram o realizador João Botelho dar uma volta na altura de montar o filme. Provavelmente, a evitar. [Ver Trailer] [Site Oficial]

Já em exibição

RESCUE DAWN, de Werner Herzog
Baseado no documentário de Herzog LITTLE DIETER NEEDS TO FLY, RESCUE DAWN é a história verídica do alemão Dieter Dangler, que após conseguir o seu desejo de voar ao se alistar com a força aérea americana, cai sobre o Laos durante a guerra do Vietname. [Ler crítica]

KNOCKED UP, de Judd Apatow
Depois de 40 YEAR OLD VIRGIN e SUPERBAD, Judd Apatow traz-nos uma comédia romântica que não enoja mas que também não convence. [Ler crítica]

THE BRAVE ONE, de Neil Jordan
Uma crítica à criminalidade, e uma perspectiva sobre as sequelas psicológicas de ser uma vítima dentro da cidade. Com Jodie Foster.

STARDUST
Um refrescante filme de fantasia dirigido a audiências mais jovens. Realizado por Matthew Vaughn e baseado no livro de Neil Gaiman.
[Ler crítica]

Stock de licra esgotado na Califórnia
Os super-heróis que vêm aí



Já se dsabia que havia planos para um filme JUSTICE LEAGUE (of America), mas foi recentemente revelado que este filme vai ser uma realidade paralela às actuais franchises Superman e Batman, o que vai tornar o processo de casting mais fácil (evitando o estúdio assim gastar o último filme do contrato de Christian Bale e poupando-o para o final da trilogia de Nolan). Para além disto, vem a sbaer-se agora que JUSTICE LEAGUE vai ser basicamente uma sonda. Isto porque o sucesso do filme vai ditar a realização de pelo menos dois spin-offs: The Flash e Green Lantern (would you like to know more?)

The Flash é um projecto que anda a circular há já algum tempo, tendo já mudado de realizador contratado três vezes (David Dobkin é o actual capitão), mas Green Lantern ter o seu próprio filme é novidade.

Claro que tudo depende de quanto dinheiro JUSTIUCE LEAGUE traz. Os estúdios de Hollywood são muito criativos, e conseguem arranjar maneira de demonstrar que nenhum filme lhes deu prejuízo ("esquecem-se" de contar as despesas de marketing, contam as receitas de DVDs no estrangeiro na totalidade e com câmbio favorável, etc), mas de certeza que vão estar a ser muito precisos na hora de decidir otros projectos de super-heróis, incluindo mesmo uma sequela a SUPERMAN RETURNS.

terça-feira, outubro 30

O meu amigo Dieter
RESCUE DAWN, de Werner Herzog



RESCUE DAWN é a adaptação para cinema da história de Dieter Dengler, já retratada pelo mesmo Werner Herzog no documentário LITTLE DIETER NEEDS TO FLY. Dengler foi um sobrevivente da guerra do Vietname, que conseguiu escapar de uma prisão na selva do Laos (oops, final revelado!) depois de se despenhar sobre o país.

O filme tem um primeiro plano brilhante, que nos remete para APOCALYPSE NOW, e desde logo nos sugere as diferenças entre estes dois filmes. Depois, somos apresentados a Dieter – Christian Bale – pouco antes da sua primeira corrida de bombardeamento ao serviço da US Air Force. Após o seu azar, Dieter acaba por ser encontrado na selva por uma milícia, que vai ter a cortesia de o torturar antes de o entregar a uma prisão de bambu.

Como prisioneiros já residentes, Bale vai encontrar uma equipa de sobreviventes de outro voo despenhado, dois pilotos e dois carregadores da Air America (transportes de bens da CIA). Apesar das suas provações após a captura, Dieter vai ser uma imagem da saúde à beira destes fantasmas em prisão há cerca de três anos. E, ao contrário do optimista Dieter, estes prisioneiros já se resignaram ao cativeiro, esperando que o conflito não se transforme numa guerra aberta e que a paz os liberte. Deste quarteto de actores secundários há que destacar Steve Zahn, do qual são mais conhecidos papéis desbotados em comédias molengonas. Zahn tem aqui uma prestação equiparável à de Christian Bale. O seu Duane é uma criatura nervosa que já perdeu toda a energia para estar agitada. O personagem parece uma camisola de lã esticada e comida por traças, que abana ao vento e espera que este esteja a soprar de boa feição: quando Dieter planeia a fuga, vai ser o seu primeiro e derradeiro apoiante.

O próprio Christian Bale, que já mais do que provou ser um actor soberbo, consegue com este papel mostrar uma faceta que usa bem menos, e que pode ser resumida com um sorriso.A sua caracterização padece (mais do que deve) da intimidade que há entre Herzog e Dengler. O personagem do último é uma pilha de boas vibrações, quente e carinhoso até ao fim, (quase) nunca tendo uma acção reprovável face a situações monstruosas. Mesmo a tortura não é por ele levado de modo pessoal. Acontece.

É de nota um momento no filme em que Dieter relata uma experiência da sua infância: “O caça vinha direito a nós e eu vi que o piloto me estava a olhar nos olhos. A partir desse momento, o pequeno Dieter precisava de voar”. Ao fim de um certo tempo apercebemo-nos que quem neste momento repete a memória de Dieter é Christian Bale, a criança que no EMPIRE OF THE SUN, do Spielberg, acena a um piloto americano que passa por ele num caça. Uma piscadela de olho que tem lugar num filme baseado em factos verídicos.

O final terá demasiada sacarose, mas perdoa-se. Afinal, o amigo do realizador acabou de escapar da morte certa.


Vão vê-lo com: Pessoas para quem o copo está sempre meio-cheio

quarta-feira, outubro 24

Estreias para 25 de Outubro


RESCUE DAWN, de Werner Herzog

Estreias

A OUTRA MARGEM, de Luís Filipe Rocha
Ricardo (Filipe Duarte) é um travesti que perdeu o gosto pela vida depois da morte do namorado. É então confrontado com a alegria de viver de Vasco (Tomás Almeida), o seu sobrinho, um adolescente com Síndrome de Down, que conhece quando regressa à cidade natal que abandonou há anos. A cadeia de filmes portugueses continua, e ainda bem.

RESCUE DAWN, de Werner Herzog
Baseado no documentário de Herzog LITTLE DIETER NEEDS TO FLY, RESCUE DAWN é a história verídica do alemão Dieter Dangler, que após conseguir o seu desejo de voar ao se alistar com a força aérea americana, cai sobre o Laos durante a guerra do Vietname.

RESIDENT EVIL: EXTINCTION, de Russell Mulcahy
A terceira parte dos largamente desinteressantes filmes Resident Evil. Mas, enfim, nunca poderá haver Milla Jovovich a mais no grande ecrã.


Já em exibição

KNOCKED UP, de Judd Apatow
Depois de 40 YEAR OLD VIRGIN e SUPERBAD, Judd Apatow traz-nos uma comédia romântica que não enoja mas que também não convence. [Ler crítica]

THE BRAVE ONE, de Neil Jordan
Uma crítica à criminalidade, e uma perspectiva sobre as sequelas psicológicas de ser uma vítima dentro da cidade. Com Jodie Foster.

STARDUST
Um refrescante filme de fantasia dirigido a audiências mais jovens. Realizado por Matthew Vaughn e baseado no livro de Neil Gaiman.
[Ler crítica]

Aviso à Navegação
Festas do Cinema Francês e da Animação

Só mesmo para avisar que começa hoje à noite na cidade do Porto a Festa do Cinema Francês. Já antes tinha sido dito neste blog, mas a participação do Porto só começa assim na recta final do Festival. A abertura é hoje às 21h30, na Fundação Serralves, com o documentário LAGERFELD CONFIDENTIAL de Rodolphe Marconi.
O programa para o Medeia do Bom Sucesso está óptimo, sobretudo no Sábado e Domingo. Tentem reservar os bilhetes antes do dia.

Entretanto, as noites de entrada livre na Casa da Animação continuam a encher, depois de uma primeira noite um pouco infeliz - não foi possível a projecção do "Best Of" das escolas contemporâneas francesas, sendo o público sujeito à muita imbecilidade com casos pontuais de competência de uma escola de arte israelita.

Ficam as dicas.

Auto-Serviço I


Sem querer perder demasiado tempo a olhar para o umbigo, com este post assinalo que este blog cumpriu recentemente o primeiro mês de existência, e com bons resultados. Apesar da difusão a nível quase que apenas familiar, o nível de visitas não só estabilizou como foi chegando a círculos ao qual nem havia planos de chegar.

A partir da próxima semana, ou daqui a duas se as coisas correrem não tão eficientemente, este blog vai poder contar com uma emissão áudio semanal de cinco minutos. Uma espécie de podcast, embora neste momento ainda não haja planos de ajustar este novo conteúdo a esse suporte. Fiquem à espera.


E, já agora, encerra também a primeira poll. À pergnta "Os títulos de filmes devem ser traduzidos?" tiveram mais votos as seguintes duas opções:
Sim, embora o título original deva sempre ter mais destaque - 32 votos (46% do total)
Não, os álbuns de música também não são - 25 votos (36% do total)

quinta-feira, outubro 18

Pena não terem abortado o projecto
KNOCKED UP, de Judd Apatow



Por virtude de datas de estreia que aos adeptos aparentam ser completamente aleatórias, temos esta semana nas salas portuguesas KNOCKED UP, o filme que Judd Apatow fez antes de SUPERBAD, tendo este último já estreado por aqui há duas semanas.

Depois de flirtar com o esquema da buddy comedy em 40 YEAR OLD VIRGIN, e antes de se servir do género da comédia de liceu em SUPERBAD, Judd Apatow dá-nos aqui a sua visão do que deveriam ser as romcom - comédias românticas. Em inglês, "knocked up" é um calão grosseiro para o evento da gravidez, e assim desde logo ficamos a saber que esta não será talvez uma comédia romântica nojentamente sacarosa. Seth Rogen é um drunfado tosco e preguiçoso que passa o dia a fumar erva, a dedicar-se a videojogos, e eventualmente a trabalhar com os seus colegas de quarto num projecto multimédia quiçá proveitoso que lhes acomoda o gosto pela nudez de celebridades. Katherine Heigl (que depois de fazer séries de TV do mais enfadonho parece ter ganhado um sentido de humor) é uma assistente subalterna num programa de televisão. Embora sofisticada e atraente, ela é demasiado ambiciosa para perder tempo a procurar relacionamentos afectivos, dedicando-se em vez disso ao trabalho.

Uma certa noite, Seth e Katherine, ambos embriagados, encontram-se numa discoteca. Improvavelmente, acabam os dois na cama. De manhã, Katherine Heigl rapidamente se apercebe do seu erro, e desfaz-se de Seth Rogen o mais depressa possível. Seria aqui o fim da estória, não fosse o milagre da vida/fecundação humana. Agora Rogen e Heigl terão de se esforçar por conseguirem um relacionamento saudável, por fazerem um casal feliz.


Às vezes ser pai é duro, outras vezes é apenas ridículo


E este é o sintoma da principal falha de KNOCKED UP. Mesmo sendo uma comédia, o filme está demasiado encerrado na sua direcção para fazer cedências a outros pontos de vista, ou mesmo cedências à lógica e ao senso comum. As personagens de Heigl e de Rogen nunca teriam um futuro como um casal, mas no entanto nenhuma outra hipótese é considerada quando é descoberta a gravidez. Ninguem menciona cedência da criança para adopção, e as duas únicas personagens que mencionaram (nem sequer mencionaram: deram a entender) a opção do aborto foram duas personagens já antes caracterizadas pelo filme como mesquinhas. Para além desta tacanhez moral, há toda uma série de situações improváveis que nem são explicadas, sendo apenas criadas a pensar na punchline: o personagem de Seth Rogen não tem nenhum vencimento mensal, e apesar de fumar droga, beber a toda a hora, e partilhar uma casa com piscina, de alguma maneira consegue sobreviver durante meio ano com menos de 900 dólares.

Judd Apatow parece crer que porque está a fazer comédia todo o género de atalho é justo. Engana-se redondamente. As suas comédias não são fantasistas, não são escapistas. Lidam com pessoas normais e problemas normais, procuram que a audiência se encontre nos personagens. Esse valor é completamente perdido quando o produto não se digna a obedecer às regras do mundo em que vivemos. Este problema toma dimensões muito maiores quando de repente as motivações de uma personagem mudam radicalmente, aparentmente apenas de maneira a criar novos conflitos e progressão.

No entanto, as piadas são boas. As prestações dos actores principais têm um bom nível, e até há alguns papéis secundários memoráveis (Alan Tudyk é aqui uma folha no vento). Vale a pena ver o filme... quando chegar à TV.


Vão vê-lo com: Pessoas alérgicas ao preservativo e imunes a product placement

terça-feira, outubro 16

As estreias da semana
18 de Outubro


THE BRAVE ONE, de Neil Jordan

Estreias

KNOCKED UP, de Judd Apatow
Depois de 40 YEAR OLD VIRGIN e SUPERBAD, Judd Apatow traz-nos uma comédia romântica que não enoja. Crítica neste blog amanhã.

THE BRAVE ONE, de Neil Jordan
Uma crítica à criminalidade, e uma perspectiva sobre as sequelas psicológicas de ser uma vítima dentro da cidade. Com Jodie Foster.


Já em exibição

PLANET TERROR
A metade que faltava de GRINDHOUSE. Filme exploitation realizado por Robert Rodriguez. Um filme trashy que se recomenda.
[Ler crítica]

THE INNER LIFE OF MARTIN FROST, de Paul Auster
Escrito e realizado por Paul Auster e produzido por Paulo Branco. David Thewlis interpreta Martin Frost, um escritor de sucesso que decide passar uns tempos em retiro para escrever o seu próximo romance. Entretanto, é visitado por uma misteriosa mulher que parece saber tudo sobre ele, e que o inspira na sua escrita. Crítica neste blog em breve (prometo!)

STARDUST
Um refrescante filme de fantasia dirigido a audiências mais jovens. Realizado por Matthew Vaughn e baseado no livro de Neil Gaiman.
[Ler crítica]

Festa Mundial da Animação assinalada no Porto
Entrada gratuita na Casa da Animação



Ao mesmo tempo que o festival Francês estiver a chegar ali ao Medeia do Bom Sucesso, mesmo pertinho na Praça da Galiza a Casa da Animação vai celebrar o Dia Mundial da Animação com uma festa de uma semana. Vai começar no dia 22 e acaba no dia 28.

Todos os filmes com entrada gratuita, quase sempre à noite, e actividades e exposições durante o dia.
Fica aqui o programa:

22 de Outubro, 22h
Best of Escolas Francesas Contemporâneas

23 de Outubro, 22h
Curtas da Grande China

24 de Outubro, 22h
Best of ReAnimacja - Festival Internacional de Animação da Polónia

25 de Outubro, 22h
Animação da Estónia

26 de Outubro, 22h
Best of ASIFA KOREA

27 de Outubro, 16h30
Animação Britânica para os mais jovens

27 de Outubro, 22h
Panorama nacional 2006-2007

28 de Outubro, 16h30
Animação Britânica para os mais jovens

28 de Outubro, 22h
Cartoon d'Or 2007


Visitem o site oficial da Casa da Animação, através dos links do lado esquerdo, para saber mais.

ANIMATU de Beja
Começa já amanhã a segunda edição



Começa já amanhã, Quarta, o ANIMATU, o festival de animação digital de Beja. Os 74 filmes da mostra vêm de 25 países, e estão divididos entre animações 2D e 3D, animações para telemóvel, e animações machinima (animações efectuadas com recurso a motores de videojogos de maneira a realizar animações 3D)

Marco Taylor, quando descreve o âmbito do festival reforça a noção de que a animação efectuada nestes media "não é só para crianças" e insiste na palavra "alternativa". Ou seja, Beja quer demarcação dos outros festivais.
Pessoalmente, não tenho a mínima afeição pelos meios privilegiados por este festival, embora este tipo de iniciativas sejam sempre de louvar.

Para quem estiver interessado, o festival decorre de 17 a 21 de Outubro, sendo os vencedores anunciados no Sábado, dia 20.

Pena o site ainda não ter sido actualizado desde o ano passado (e sendo assim já nem peço desculpa por informar sobre este festival tão tarde), mas fica aqui o link para o caso do webmaster deles acordar do sono profundo:
www.festivalanimatu.com

sábado, outubro 13

Greve em Hollywood
Lista de projectos prioritários



Como foi recentemente reportado n'O Quarto Escuro, a ameaça de greve dos sindicatos dos argumentistas, realizadores e actores de Hollywood tem estado a incentivar a uma produção a um ritmo acelerado (e apressado) em Hollywood. O óptimo site Coming Soon obteve a lista final de todos os projectos prioritários, por estúdio. Ficam aqui os destaques:

WARNER BROTHERS
WHITE JAZZ
JUSTICE LEAGUE

JUSTICE LEAGUE é um dos projectos com mais sintomas da greve. É uma boa aposta que nunca teria sido aprovado se não existisse a nuvem da greve, e a quantidade de rumores à volta desta produção tem sido obscena. A certa altura falou-se em Jake e Maggie Gyllenhaal intepretarem os papéis de Wonder Twins, e de Owen Wilson e Ben Stiller interpretarem, respectivamente, Superman e Batman.
Um dos poucos factos é que vai ser realizado por George Miller, o mesmo realizador de HAPPY FEET, BABE e... a trilogia MAD MAX.

WHITE JAZZ é uma espécie de sequela a LA CONFIDENTIAL, já que também é uma adaptação do livro de James Ellroy com o mesmo nome, que tem lugar no mesmo universo de CONFIDENTIAL. Guy Pearce vai retomar o seu papel de Ed Exley, embora o protagonismo de WHITE JAZZ pertença a George Clooney, um polícia corrupto. Realizado por Joe Carnahan, e co-escrito pelo mesmo em colaboração com o seu irmão Matthew Carnahan.

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FOX
NIGHT AT THE MUSEUM 2
DRAGON BALL Z
THE DAY THE EARTH STOOD STILL
WOLVERINE
MAGNETO
HARVEY MILK

THE DAY THE EARTH STOOD STILL, apesar de ser um clássico da sci-fi, não é um clássico intocável. Scott Derrickson vai fazer o remake com Keanu Reeves no papel principal.

HARVEY MILK, realizado por Gus Van Sant, será a história do assassinato de Harvey Milk (cliquem aqui para saber mais), e provavelmente contar-nos-à a história pela óptica da homofobia.

MAGNETO e WOLVERINE são, claro está, spin-offs individuais da trilogia X-Men.
James Wong vai filmar DRAGON BALL no Canadá no princípio do próximo ano. Parece mentira, não é?

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UNIVERSAL
BARBARELLA
THE CHANGELING
BIG BROTHERS
CREATURE FROM THE BLACK LAGOON
FAST AND FURIOUS 4
THE WOLFMAN

Como Ron Howard ficou ocupado com ANGELS AND DEMONS, o realizador de THE CHANGELING vai ser o bom velho Clint Eastwood. THE CHANGELING é a história de uma mãe a quem raptam o filho, devolvendo-o mais tarde. Mas ela suspeita que a criança que lhe devolveram não parece ser a mesma. Deixem os vossos trocadilhos com a Maddie na caixa de comentários.

Dino De Laurentiis, esse mecenas do kitsch, contratou Robert Rodriguez para fazer o remake de BARBARELLA. O original era uma festa de cheesecake com Jane Fonda a experimentar e a perder vários trajos mínimos.

O remake de THE WOLF MAN vai ser realizado por Mark Romanek, com Benicio del Toro no papel principal e também com a participação de Anthony Hopkins. Outro filme de monstro clássico que vai ter um remake vai ser CREATURE FROM THE BLACK LAGOON, com direcção de Breck Eisner.

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COLUMBIA
ANGELS AND DEMONS
BOND 22

ANGELS AND DEMONS é a adaptação do livro-prequela para O Código Da Vinci, de Dan Brown. Vamos contar de novo com Ron Howard a realizar e com Tom Hanks com um penteado fatela.

Para já ainda pouco se sabe acerca do próximo filme Bond, apenas que contará com Daniel Craig e que o vilão da história será o ex-namorado da ex-bondgirl Eva Green, de CASINO ROYALE '06.

Cliquem aqui para visitar a lista completa no Comingsoon.net

terça-feira, outubro 9

As estreias da semana
11 de Outubro


THE KINGDOM, de Peter Berg

Estreias

THE INNER LIFE OF MARTIN FROST, de Paul Auster
Escrito e realizado por Paul Auster e produzido por Paulo Branco. David Thewlis interpreta Martin Frost, um escritor de sucesso que decide passar uns tempos em retiro para escrever o seu próximo romance. Entretanto, é visitado por uma misteriosa mulher que parece saber tudo sobre ele, e que o inspira na sua escrita. Crítica neste blog em breve.

O JULGAMENTO, de Leonel Vieira
Jaime Ferreira (interpretado por Júlio César) reconhece num julgamento um ex-agente da PIDE que durante a ditadura o torturou. Com a ajuda de velhos camaradas, rapta-o e leva-o para uma casa de campo isolada. Uma exploração da fronteira entre justiça e vingança. Também com Alexandra Lencastra e Fernanda Serrano. Crítica neste blog em breve.

THE KINGDOM, de Peter Berg
Uma equipa do FBI vai até Riade para investigar o bombardeamento de uma zona residencial americana na Arábia Saudita, mas encontra complicações com as autoridades locais e com os senhores da guerra. Com Jamie Foxx, Jennifer Garner e Chris Cooper.


Já em exibição

PLANET TERROR
A metade que faltava de GRINDHOUSE. Filme exploitation realizado por Robert Rodriguez. Um filme trashy que se recomenda.
[Ler crítica]

O CAPACETE DOURADO
Primeira longa metragem de Jorge Cramez. Baseado em factos reais, a história dos obstáculos ao amor entre dois jovens portugueses.
[Ler crítica]

STARDUST
Um refrescante filme de fantasia dirigido a audiências mais jovens. Realizado por Matthew Vaughn e baseado no livro de Neil Gaiman.
[Ler crítica]

Deste lado da greve em Hollywood
Máquina em sobreaquecimento



Uma greve não é nada do outro mundo. Neste caso, como em todos os outros, os empregados avisaram os patrões da indústria que iam fazer greve caso estes não acedessem a algumas alterações nas condições de trabalho. A diferença é que a indústria em causa é a de entretenimento. Em particular Hollywood.

Qualquer outra indústria tem stocks, e maneiras de contornar uma paralisia de produção. Mas em Hollywood não há filmes em stock. Assim que um filme é montado, circula o mais cedo possível pelas salas. O produto é consumido assim que sai da linha de montagem.

O que faz com que a ameaça de greve dos escritores, actores e realizadores que trabalham em Hollywood seja uma ameaça séria aos estúdios. Tendo anunciado o princípio da greve para Novembro, por causa da não-aprticipação dos argumentistas nos proveitos dos filmes, a Writers Guild of America (WGA) lançou a corrida dos estúdios à produção do dobro dos filmes do costume, com vista a não se depararem com a situação de um verão de 2008 sem blockbusters.

Mesmo não havendo a certeza da greve entrar em efeito, ou mesmo a certeza se os sindicatos dos actores e dos realizadores se iriam juntar ao protesto, nos últimos tempos tem-se assistido a uma febre de aprovação de projectos cinemáticos.

Resultado: filmes como GI JOE (com participação especial de Action Man), VOLTRON (uma série animada que serviu de base aos Power Rangers) e JUSTICE LEAGUE OF AMERICA (uma espécie de super-equipa com heróis dos comics da DC) já estão em fases avançadas de desenvolvimento, quando antes dificilmente obteriam aprovação.
Os actores de perfil mais elevado já todos se encontram de agenda repleta, encavalitando projectos uns em cima dos outros, e adiando produções independentes.

Quer haja greve quer não, já podemos ter a certeza quem em finais de 2008 e 2009 vamos ter um catálogo de filmes aos quais não foi dado espaço de maturação, escritos o mais depressa possível e filmados a correr.

Vai ser giro.

Homem de lata com coração artilhado
IRON MAN, de Jon Favreau

Com o pretexto da divulgação do primeiro poster teaser do filme IRON MAN, de Jon Favreau, aproveito para a chamar a atenção para este projecto, já que a trailer tinha estreado antes deste blog começar.
Fica aqui então o pretexto:



Um poster pouco imaginativo, mas pronto. Terá o seu impacto entre outros posters mais confusos e indefinidos. Supostamente para ser iluminado por trás, o que vai dar um efeito.

Mas aqui fica o que realmente queria mostrar a quem ainda não viu, a trailer do filme. Realizado por Jon Favreau (ELF e ZATHURA (!)), e com o papel principal para o excelente Robert Downey Jr.

Ver trailer


O filme está com excelente aspecto, e vai ser óptimo que o criminalmente desaproveitado Robert Downey Jr ganhe mais notoriedade como leading man em Hollywood, com este projecto. Em papéis secundários vamos ter Jeff Bridges, Terrence Howard, Samuel L Jackson e Gwyneth Paltrow. Um daqueles filmes de super-heróis que provavelmente vão valer a pena.

segunda-feira, outubro 8

Barba e garganta
Trailer para SWEENEY TODD



Já está disponível a primeira trailer para o novo filme de Tim Burton, SWEENEY TODD. SWEENEY TODD é baseado no musical "Sweeney Todd: The Demon Barber of Fleet Street" de Stephen Sondheim. Por sua vez, este musical é baseado em contos populares sobre um figura sobre a qual não há certeza se será fictícia.
O filme conta com Johnny Depp no papel titular, e com as prestações da Burtonette Helena Bonham Carter, Sacha Baron Cohen, Alan Rickman e Anthony Head.

Attend the tale of Sweeney Todd
His skin was pale and his eye was odd
He shaved the faces of gentlemen
Who never thereafter were heard from again

VER TRAILER


Parece um pouco estranho que, sendo um musical, a trailer tenha tão poucos excertos de canto, não? Suponho que não queiram comparações disparatadas com Moulin Rouge, já que também aqui temos um filme musical estilizado.

Esta adaptação já encontrou alguns problemas com os estúdios financiadores, nomeadamente no que toca ao uso excessivo de sangue e na cumplicidade de uma criança com actos violentos. Sendo que o filme será distribuído durante o Natal, será interessante ver se Burton se vai comprometer a montar o filme de maneira a ser acessível a famílias e mais jovens, ou se vai optar pelo seu próprio caminho de imediato.

A minha aposta: O sangue e a violência vão servir para vender DVDs.

domingo, outubro 7

Novo realizador para remake
ESCAPE FROM NEW YORK ainda mais insultado


Cliquem na foto para um cartaz digno de ser pendurado no Musei Vaticani

Update: Afinal já nem Brett Ratner vai realizar o remake. Para já ainda não há um substituto, mas há-de ser melhor do que o Brettster.

Há uns tempos foi anunciado que Len Wiseman ia realizar o remake do clássico de culto de John Carpenter ESCAPE FROM NEW YORK. Em vez de Kurt Russell como Snake Plissken vamos ter Gerard Butler (aquele que não se cansa de berrar que em Esparta as coisas fazem-se à homem), e em vez de um filme original e divertido provavelmente iríamos ter um filme de acção genérico.

Não é só a questão de ESCAPE ser uma propriedade de culto, com um seguimento que à partida se oporia a uma reimaginação. Não poderia haver optimismo desde o princípio já que as medalhas de Len Wiseman até à data eram dois filmes de vampiros terríveis e a castração da saga Die Hard. O facto de ter conseguido convencer a Kate Beckinsale a casar-se com ele abona a seu favor, mas pouco tinha a ver com a questão do remake.

As boas notícias: Len Wiseman já não vai realizar o remake.

As hediondas notícias: O novo realizador é Brett Ratner

Sim, o Brett Ratner de RUSH HOUR. O Brett Ratner que realizou videoclips para Mariah Carey e Jessica Simpson. Vai ser ele que nos vai mostrar a sua visão sobre um mundo distópico e azedo. Com banda sonora de LL Cool J, provavelmente.


Volta, Len. Estás perdoado.



Ps - Isto faz lembrar as queixas que havia contra David Goyer realizar o vindouro filme THE FLASH. Quando Goyer foi substituído por Shawn Levy, foi como comer o fruto da Árvore do Conhecimento. "We knew not the blissful state we were in..."

sexta-feira, outubro 5

Bob Dylan e Ian Curtis
O vídeo e as estrelas de rádio



Há boas e más maneiras de fazer publicidade viral. Uns tempos depois de um utilizador de youtube (agora claramente um empregado dos Weinstein) ter disponibilizado o primeiro clip do filme I'M NOT THERE (biopic de Todd Haynes sobre Bob Dylan), o mesmo vem disponibilizar uma espécie de trailer não-oficial de CONTROL. CONTROL, do "rock director" Anton Corbijn, é a biopic de Ian Curtis, o falecido vocalista dos Joy Division, e baseia-se nas memórias da viúva Deborah Curtis. Mas passemos aos clips, cortesia do departamento de publicidade viral dos Weinstein.

CONTROL, de Anton Corbijn


Nesta montagem, com cenas filmadas para CONTROL e gravações originais dos Joy Division, a principal mensagem é a de que o filme é o mais fiel possível em termos estéticos aos eventos e personagens reais. E de facto basta comparar com a performance original dos Joy Division no programa de Tony Wilson e as semelhanças estão lá (cliquem aqui se têm curiosidade), apesar da canção que eles naquela altura específica tocaram ter sido a "Shadowplay".

Mas o que consta é que as memórias de Deborah Curtis quase nada têm a ver com o as relações entre os membros da banda, e apenas uma perspectiva pessoal e limitada sobre a pessoa de Ian Curtis.
Para além disso, é sempre de esperar algum valor acrescentado quando se está a contar a história de uma figura, já que o biopic nunca chegará a ser propriamente um documentário. Veja-se o exemplo de 24 HOUR PARTY PEOPLE, que consegue ser fiel aos momentos e ideias chave mas que toma as liberdades necessárias onde pode de modo a servir-se a si mesmo como obra cinematográfica.



I'M NOT THERE, de Todd Haynes


Todd Haynes já fez VELVET GOLDMINE, o fantasista olhar sobre David Bowie e o glam rock que não obtém consenso sobre a sua qualidade (eu estou no campo dos que o adoram). E também já fez SUPERSTAR, a história de Karen Carpenter.
Agora realizou e co-escreveu I'M NOT THERE, uma arrojada interpretação da vida e obra de Bob Dylan. No filme, não há apenas uma personagem para Bob Dylan, mas vários aspectos/dimensões da sua personalidade e fases da sua música interpretados por actores diferentes.

Neste clip, Cate Blanchett (sim, uma mulher vai fazer um dos papéis de Bob Dylan) e alguns membros da sua entourage encontram o escritor Allen Ginsberg na estrada.
É espantoso e um bom presságio para o filme que nem o comediante David Cross como Ginsberg nem o facto de uma mulher interpretar um papel masculino nos distraem do que estamos a ver.

Definitivamente dois filmes pelos quais vale a pena salivar, ainda que haja mais garantias da qualidade de um do que do outro.

Porto fica à espera
8ª Festa do Cinema Francês



Já começou no passado dia 3 a oitava edição da Festa do Cinema Francês. É um festival que tem a elegância de se reproduzir por várias cidades do país, prevenindo a lambuzice do costume de Lisboa. Só que, mais uma vez, aqui no Porto temos de esperar pela parte final do evento para termos as antestreias no Cidade do Porto.

Entretanto, podemos aproveitar o sempre interessante Onda Curta (todos os domingos à noite na RTP2) e algumas longas-metragens que acompanham o festival, no mesmo canal.

Os filmes na RTP2 começam já amanhã, Sábado, e podem consultar o programa aqui:
http://60gp.ovh.net/~festadoc/filmes/natv.htm

De resto, enquanto a Festa não chega cá cima, ou caso se encontrem numa das outras cidades one o festival marca presença, recomenda-se a consulta do site oficial:

http://www.festadocinemafrances.com/

A partir desse site podem chegar à página Myspace do evento, que contém os cartazes dos filmes em exibição.

Vestir Imagens
Manga Curta e Last Exit to Nowhere



Há uns dias encontrei o site de t-shirts Last Exit to Nowhere, que se especializa em t-shirts com o tema de movie tie-ins. Basicamente pegam num detalhe de um filme de culto e referenciam-no no desenho. Nada que aponte claramente para o filme, mas algo que só será identificado por alguém que já viu esse filme.

Os filmes de culto, basicamente definidos pelo facto de ou não terem penetrado o mainstream ou por terem um seguimento de admiradores dedicados, sempre tiveram esta função. A de identificar os gostos de quem os usa como um dístico. Pode-se conhecer uma pessoa a certa altura e após meia hora de conversa pouco se saberá sobre eles. Mas se soubermos que também são fãs do The Big Lebowski, então não adianta quantos cachorrinhos esfolam por dia: não podem ser pessoas inteiramente más.

O princípio da Last Exit é o mesmo, o de usar os nossos gostos cinematográficos no peito. Mas a escolha deles por esta altura ainda é limitada, e com o valor do euro em relação à libra, fica um bocado caro.

Daí apresenta-se uma solução bem mais próxima. Já há mais de um ano que funciona o Manga Curta, um site português (diria mais: um projecto portuense!) que permite ao comum utilizador desenhar a sua própria t-shirt, que será quiçá aprovada para manufactura e distribuição.
Não são de todo pessoas que desdenham a sétima arte, como provado pelo concurso deles no âmbito do 15º Festival de Curtas de Vila do Conde.

Fica aí o desafio para quem tem jeito para o grafismo. T-shirts com sabor português.
T-shirts sobre o cinema de que gostamos, por favor.

quarta-feira, outubro 3

O fillet das estreias
4 de Outubro


PLANET TERROR, de Robert Rodriguez

Estreias

PLANET TERROR
A metade que faltava de GRINDHOUSE. Filme exploitation realizado por Robert Rodriguez.
[Ler crítica]

FADOS
Depois de FLAMENCO e TANGO, o espanhol Carlos Saura debruça-se sobre o género nacional. Com participação de Caetano Veloso, Chico Buarque, Carlos do Carmo, Camané, entre outros.


Já em exibição

THE BOURNE ULTIMATUM
Parte final da trilogia de Paul Greengrass baseada nos livros de Robert Ludlum. Um filme de acção sem oleosidade, concessões ou arabescos.
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O CAPACETE DOURADO
Primeira longa metragem de Jorge Cramez. Baseado em factos reais, a história dos obstáculos ao amor entre dois jovens portugueses.
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STARDUST
Um refrescante filme de fantasia dirigido a audiências mais jovens. Realizado por Matthew Vaughn e baseado no livro de Neil Gaiman.
[Ler crítica]

Capacete Desprotegido
O CAPACETE DOURADO, de Jorge Cramez



Quando adultos procuram retratar jovens, e jovens a interagir entre si, há dois erros frequentes: dar-lhes vozes e comportamentos adultos ou então fazer uma caricatura dos traços do jovem de hoje, exacerbando-lhe os maneirismos até ao ridículo. Em O CAPACETE DOURADO, felizmente, não vamos encontrar nenhum destes erros.

O CAPACETE DOURADO é a primeira longa metragem do realizador Jorge Cramez, que até aqui tinha sido assistente de realização em filmes como ADÃO E EVA e TOMAI LÁ DO O'NEILL. CAPACETE é a ficcionalização de um caso real, a tentativa de duplo suicídio de um casal de adolescentes em Guimarães, em 1999. No entanto esta base servirá apenas como pista para a interpretação do filme. Jorge Cramez dá-nos noventa minutos de um olhar surpreendentemente sóbrio sobre a juventude em meios suburbanos, e sobre o eterno dilema da juventude em qualquer sítio: o hedonismo e sede de vida que a todo o momento são contidos e oprimidos por uma sociedade de adultos.

O CAPACETE DOURADO consegue manter um visual interessante do princípio ao fim, com ideias que vão mais longe do que o livro de técnicas em que a maior parte do cinema português de massas se parece basear. Apesar deste espírito inventivo se manter constante, há alturas onde este se enamora consigo próprio, e derrapa. Estes são (felizmente, poucos) momentos de gosto duvidoso, quiçá de amadorismo. Um entediante ballet de motocicletas ao som do Danúbio Azul de Strauss (por favor!) não tem lugar ao lado de cenas de cortar a respiração como o de Maragarida, frágil e extasiada, a encontrar o seu lugar numa massa de corpos que dançam ao som de Echo & the Bunnymen.


Horas depois da festa, Jota ainda tinha a sensação de estar a ser seguido por uma equipa de filmagem


Este filme é de facto uma estreia impressionante, uma óptima promessa de Jorge Cramez. Mas o problema é que não passa disso. O CAPACETE DOURADO faz a bizarra escolha de não ter um arco, nem para os personagens nem para a trama. Não há desenvolvimento, apenas uma sucessão de eventos, e isto faz do filme não tanto uma estória como o faz um exercício. Salvam essa situação Eduardo Frazão e Ana Moreira, que com o pouco material que lhes é dado trazem à sua relação bastante credibilidade.

Depois do final abrupto, a audiência vai sentir-se como se alguém lhes tivesse levado alguma coisa. Como se algo lhes tivesse sido escondido. Mas mesmo asism vai sair da sala satisfeita. Porque viu um filme portugyuês que não se arrastou, porque viu um filme português que não parecia filmado por máquinas.

Recomenda-se, e entretanto espera-se melhor do próximo filme de Jorge Cramez.


Vão vê-lo com: Pessoal que não costuma ver cinema português, aquele amigo que não consegue ler um livro até ao fim

Magia Branca
STARDUST, de Matthew Vaughn



STARDUST consegue o feitiço de ser um filme para pré-adolescentes, sem alienar audiências mais maduras. Não há excesso de violência, nenhum sexo, nem palavras feias. Mas há um humor que consegue ser subversivo e negro sem ser danoso para os mais jovens. Um feito.

O filme aproveita do material de origem sobretudo a história de Tristan, um jovem empregado de loja britânico, e Yvaine, uma estrela que caiu à terra no reino de fantasia de Stormhold. Quando Tristan vê a estrela cair para lá do Muro (a separação entre o nosso mundo e o reino de fantasia), promete à rapariga por quem está apaixonado trazer-lhe uma amostra como prémio. Assim, Yvaine concentra em si os MacGuffins do filme: Tristan quer levá-la à rapariga por quem está apaixonado como prova do seu amor, os herdeiros ao trono de Stormhold procuram a jóia que Yvaine usa para serem escolhidos como o sucessor, e um trio de bruxas anciãs querem comer o coração de Yvaine, uma fonte de juventude.

As ideias principais do filme prendem-se com a honestidade - para com os outros e connosco - e embora não seja tão repetido durante o filme, também circula a noção de que as coisas nunca são o que aparentam, e logo deve-se evitar o preconceito. O costume para os filmes do género.

A liderar a ensemble temos Charlie Cox como Tristan e Claire Danes como Yvaine. O primeiro tem um bom trabalho que infelizmente é contido pela descrição do papel, e a segunda perde pela transformação pouco suave que o seu personagem sofre. Michelle Pfeiffer acaba por ter a única prestação digna de menção, com o seu papel de bruxa sádica e desesperada. Robert DeNiro é embaraçoso (mas não tanto quanto seria de esperar) como um aeropirata de armário e a má ideia de um cameo para Ricky Gervais é minimizada com a discrição da sua personagem.

O final acaba por ser apressado e atabalhoado, acabando numa nota confusa que não faz justiça ao resto do filme. Recomenda-se, com a ressalva que não devem esperar algo demasiado profundo. É no entanto divertido e um bom investimento de duas horas. O que se quer.


Vão vê-lo com: A ninhada, amigos pré-pubescentes