terça-feira, dezembro 25

#10 - TRANSFORMERS, de Michael Bay
Aquilo que o olho alcança comanda


IMDb

Michael Bay faz um filme baseado numa linha de brinquedos?
Pelo pitch parecia que Bay ia sair do armário e assumir-se como um merceeiro. Pelo caminho, íamos ter oportunidade de ver um filme ir longe demais (de menos?) com o CGI e proporcionar-nos um espectáculo ridículo. Por mais aberta que a mente estivesse, a visão de pessoas a interagir com robots falantes do tamanho de um edifício não trazia grande confiança.

Mas, como é costume ter de se fazer com os preconceitos, tiveram que se engolir. TRANSFORMERS consegue não só não caír no ridículo, como ainda nos traz um brilho ao nível de efeitos especiais que estes se chegam a destacar, mesmo numa altura em que estes a trivialização do CGI parece ser um facto. A suspensão da descrença nunca se fragiliza mesmo quando somos presenteados com uma massa de metal falante que se enerva com um cão incontinente. Os efeitos especiais nunca quebram ou ignoram as leis da física, o que contribui imenso para a aceitação.

Afastando-se significativamente do teor dos cartoons que celebrizaram esta franchise (não havia outra forma) TRANSFORMERS assemelha-se mais a um disaster movie do que a um filme de fantasia/aventura. Os humanos aqui são apenas espectadores, que têm de fazer o melhor para não se tornarem em dados colaterais da batalha robótica que chegou ao planeta.

Uma nota de destaque para Shia Labeouf e John Turturro. O primeiro conseguiu aguentar melhor com o peso do greenscreen sobre os ombros do que muitos dos outros actores mais experientes, e o segundo mostrou saber em que tipo de filme estava, e deu-nos um histrionismo que agita mas não chega a desestabilizar o equilíbrio delicado da crença.

TRANSFORMERS é juvenil, é simplista, e é básico. É também um dos filmes mais divertidos de 2007. Resta agora esperar uns anos para saber quanto do sucesso do filme se deveu a Michael Bay e quanto ao "padrinho" Steven Spielberg.


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